Márcio Souza assume Conselho Municipal de Política Cultural

Profissionalização dos artistas e acesso à cultura são algumas das bandeiras que Souza vai levantar dentro do Conselho. O dramaturgo, que classificou como medíocre a atuação passada da Manauscult no cenário artístico da capital, defende ações para tornar o município independente nessa área

    No Conselho, Souza vai defender o respeito aos artistas locais
    No Conselho, Souza vai defender o respeito aos artistas locais (Arquivo AC)
    A condução das políticas culturais na capital amazonense acaba de ganhar mais um reforço. Depois de ser cotado para assumir a Agência Municipal de Promoção Cultural e Turismo, criada pelo prefeito Artur Neto em substituição à antiga estrutura da Manauscult, o escritor e dramaturgo Márcio Souza foi convidado para ser presidente do Conselho Municipal de Política Cultural (Concultura). Com poderes consultivos e deliberativos, o órgão tem o papel de orientar as ações da Prefeitura em relação à cultura.
    “Espero ajudar a prefeitura a criar uma política de Estado, como existe nos governos estadual e federal. É mais democrático reivindicar coisas dentro de uma política cultural consolidada, melhor que esfregar umbigo no balcão para pedir dinheiro ao poder público. O Artur tem vontade de que isso aconteça, e a Inês também tem condições para tal”, declarou Souza, que terá como vice-presidente o compositor e poeta amazônico Celdo Braga.
    “O Conselho anterior, presidido pelo Thiago de Mello, era de muito bom nível, só esbarrava no estilo administrativo da antiga gestão, marcada pelo método confuso”, complementou, mantendo o tom crítico.
    INDEPENDÊNCIA
    Profissionalização dos artistas e acesso à cultura são algumas das bandeiras que Souza vai levantar dentro do Conselho. O dramaturgo, que classificou como medíocre a atuação passada da Manauscult no cenário artístico da capital, defende ações para tornar o município independente nessa área.
    “Uma secretaria de cultura não existe para os artistas, e sim para a população como um todo, devendo promover ações que contemplem a diversidade de manifestações do povo de Manaus. Além disso, é preciso aliviar a carga da Secretaria de Estado da Cultura (SEC) para que ela possa investir mais no interior. A SEC cobre buraco aqui na capital, e o cobertor não é muito grande”, disse ele.
    RETORNO
    Durante a presidência de Fernando Henrique Cardoso, Márcio Souza chegou a ocupar os cargos de diretor da Biblioteca Nacional e da Funarte, mas prometeu a si mesmo nunca mais retornar à administração pública.
    “O Artur me convidou para ser secretário, mas o problema são os meus compromissos internacionais. Na Funarte, eu tive complicações com isso, a imprensa achou que eu viajava com dinheiro público. Por não ser executivo, o Conselho é mais leve, não me prende”, afirmou Souza, que já tem convites para ir à Europa e aos EUA.
    FUSÃO
    A respeito da fusão das pastas de Cultura e Turismo, Souza afirmou não ver problema algum, desde que as coisas realmente funcionem. “Turismo aqui é para ser levado a sério, o que não está dissociado da cultura. Manaus tem muitas belezas arquitetônicas escondidas; somos a Ouro Preto da República Velha, mas não tratamos a cidade como tal. Qualquer estrutura funciona quando há uma política clara e uma administração republicana”, finalizou.
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    Composição
    O Concultura possui 16 vagas para conselheiros, sendo 8 governamentais e 8 da sociedade civil. Desde janeiro de 2012, o Conselho trabalha na elaboração do Plano Municipal de Cultura, que ainda precisa  ser aprovado pela Câmara Municipal para então transformar-se em lei.
    Plano
    Juntamente com Aldísio Filgueiras, Renan Freitas Pinto e Felipe Lindoso, Márcio Souza ajudou a elaborar um plano de ação cultural para a cidade de Manaus que foi entregue ao candidato Artur Neto durante a campanha eleitoral.

    ACrítica, 15 de janeiro de 2013.
    http://acritica.uol.com.br/vida/Manaus-Amazonas-Amazonia-Marcio-Souza-Municipal-Politica-Cultural_0_847715227.html

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