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Mostrando postagens de agosto, 2012

Manaus: onde eu sinto meus pés no chão

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Vista embassada da chegada a Manaus Viajar é sempre bom! Melhor ainda é voltar. Pra mim é assim. Quando viajo alimento meus olhos de coisas novas, meus ouvidos, meu paladar, todos os meus sentidos se renovam. Mas o desejo de renovação não quer ficar só em mim, quer abraçar minha cidade. Tudo o que experimento e gosto eu desejo ter na minha cidade. Não para deixá-la cópia de outros lugares, afinal de contas nosso "porto de lenha nunca será Liverpool". Desejo ter na minha cidade suas belezas exaltadas, suas qualidades potencializadas, sua gente mais feliz. É certo que toda cidade tem seu calvário, que só pode ser reconhecido se peregrinamos por um tempo. Mas mesmo no caminho do calvário há belezas germinadas. Manaus é minha cidade, de onde germinei. Posso voar para outros lugares e conhecer outra gente. Isso é bom! Me ajuda e me (re) descobrir e me (re) conhecer. E voltar. Voltar para esse calor inquietante, no meio de uma cidade sufocada pela floresta. A cidade q

De passagem por São Paulo - A estátua viva!

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  Acredito que muita gente da minha geração brincou de estátua quando era criança. Era muito divertido prender a respiração e imaginar-se congelando o tempo ao congelar os movimentos. Essa brincadeira faz parte da profissão de vários artistas que atuam nas ruas. As chamadas ESTÁTUAS VIVAS são apresentações comuns em muitos lugares da Europa e há tempos também no Brasil. O centro antigo de São Paulo é palco para muitas delas. Os artistas escolhem um personagem, geralmente produzem suas próprias roupas, fazem a maquiagem e se preparam bastante antes de entrar em cena por cinco ou oito horas seguidas (alguns podem ficar mais que isso). Em cima de um caixote ou um palco improvisado, seu pedestal, eles se mantém imóveis e em silêncio até que o som de moedinhas caindo na caixa devolvem-lhes a "vida". Este "cowboy de bronze" ao ser despertado interagia com a pessoa que o despertava. Pegava alguma coisa dela e depois devolvia e entregava ainda um pedacinho

De passagem por São Paulo - Igreja de Santa Ifigênia

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Talvez seja até comum encontrar nas grandes cidades algumas igrejinhas assim, quase perdidas na paisagem. Eu gosto de encontrá-las. Quando estão assim me parecem tão fortes porque, como esta, resistiram ao imponente arranha-céu. Ao contrário da igrejinha anterior, a Igreja de Santa Ifigênia se impõe um pouco mais ao seu entorno. Mesmo que este entorno esteja tomado por prédios maiores, estacionamento e trânsito de veículos. A gente ainda consegue vê-la de longe. Do outro lado da rua dá vontade de entrar. Por fora, a pedra ficou escura de tanta poluição. Por dentro... mergulha-se em outro tempo e outro espaço. Dentro da igreja, olhando para baixo nos deparamos com os mosaicos em sofisticados desenhos. São tão lindos que dá vontade de pendurá-los na parede... e pisamos sobre eles. São vários desenhos geométricos tão bem elaborados que tornam o piso uma obra de arte.   Foto: Sídney Silva.  Olhando para o alto vê-se várias rosáceas com os vitrais com temas dife

De passagem por São Paulo - Espaços públicos

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 Vista do 17º andar de um hotel próximo à Praça da República, na Consolação em São Paulo.  Esta é uma imagem que se alia com o que se ouve de São Paulo: uma selva de pedra. Quase não se vê as ruas. É como se os prédios brotassem tomando todo o espaço. As cores... a monotonia do cinza. Acima dos prédios o azul do céu parece ter medo de se impor. Uma névoa constante faz a ligação entre o concreto e o fluido do ar. São Paulo vista de cima não tem poesia. São Paulo vista de baixo nos deixa pequenos ao caminhar. Causa deslumbramento! Um céu azul tranquiliza e emoldura prédios de estilos diferentes, tempos diferentes. As praças, necessárias áreas abertas, nos deixam respirar e libertam o olhar para a paisagem. Estas praças, de sombra e vento geladinho nesta passagem de agosto, são espaços de tanta vida. Muita gente passa, muita gente para, muita gente senta, muita gente mora. Os prédios vistos de cima adquirem identidade vistos de baixo. Ao proporcionar sombra se tornam mais

A identidade visual do Movimento ABRE BIBLIOTECA

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Logo do Movimento ABRE BIBLIOTECA O Movimento ABRE BIBLIOTECA é uma ação voluntária de profissionais de várias áreas que buscam das autoridades a reabertura da Biblioteca Pública do Estado do Amazonas, fechada para uma reforma que já dura mais de cinco anos. A logo do Movimento ABRE BIBLIOTECA foi feita por Thiago Siqueira que é estudante de Biblioteconomia, inspirado num movimento espanhol chamado "Maré Amarela" que também luta pela valorização dos equipamentos de cultura daquele país. Thiago usou as cores amarelo e azul do movimento espanhol e um desenho representando a leveza de uma figura humana com um livro aberto. Pra gente significa a sensação de liberdade que o livro pode dar. Após uma semana de mobilização recebemos um prazo para a entrega da Biblioteca entre 45 e 60 dias. Thiago então deu início à campanha da Contagem Regressiva.  As ações do Movimento chegaram à organização do 1º ato e Thiago fez o cartaz convidando as pessoas: "Va

A história de um cartaz

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O cartaz do Movimento ABRE BIBLIOTECA Era final de abril de 2012 e Manaus vivia a sua 1ª Bienal do Livro, um evento grandioso, sucesso de público e de crítica. No meio dessa efervescência cultural um grupo de bibliotecários começa a se questionar sobre as propagandas de tantos projetos e programas voltados para o livro e para a leitura enquanto a Biblioteca Pública, símbolo maior dessas manifestações, estava fechada há cinco anos para uma reforma. A partir daí foi pensado um abaixo-assinado que começou a ser coletado ali mesmo na Bienal e em seguida, uma petição online, um grupo no facebook (ABRE BIBLIOTECA). As pessoas resolveram se encontrar num evento ainda no começo de maio para trocar ideias, foi quando Thiago Siqueira apareceu com este cartaz, dobrado em quatro partes, dentro de uma pasta, junto com as listas de abaixo-assinado. Quando abrimos o cartaz ele logo nos conquistou! E começamos ali mesmo a fazer as primeiras fotos para divulgar o abaixo-assinado.  Soraia