Arqueologia de Penteados ou O Museu Como Espaço de Inspiração

Arqueologia de penteados era uma área que eu não conhecia e achei muito interessante essa matéria. Primeiro, pela trajetória da pesquisa: uma cabeleireira visita um museu, vê um busto com um penteado elaborado, tenta fazer em casa, se encanta, passa anos pesquisando sobre os penteados antigos e aí... se torna especialista em estudo arqueológico dos penteados! Depois, outra coisa chama a atenção: o comentário sobre a disposição do busto, no centro de uma sala, de forma que pode ser contornado e seus detalhes percebidos pelo espectador. Fiquei pensando em quantas obras nós deixamos de apreciar melhor porque estão encostadas na parede e nos oferecem apenas a visão frontal. Outra coisa interessante na matéria é que diz que a cabeleireira, depois de pesquisar os penteados por seis anos, escreveu um artigo para um importante jornal sobre Arqueologia Romana. Que fantástico isso! E ela ainda tem um canal no youtube onde apresenta vários penteados. Então é isso, museu é espaço de inspiração para todas as pessoas, de todas as profissões.  Vamos ao museu!

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Delas

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Cabeleireira americana se especializa em arqueologia de penteados

Janet Stephens dedica-se a descobrir como os penteados da antiguidade eram feitos; seu trabalho é reconhecido por arqueólogos renomados

iG São Paulo 
Você já parou para pensar em como as mulheres da antiguidade arrumavam os cabelos? Se hoje em dia, com grampo, elástico, spray fixador, cera e outros produtos facilitadores há mulheres que mal conseguem fazer um rabo-de-cavalo, já imaginou como era no passado?
A cabeleireira norte-americana Janet Stephens imaginou, quando, em 2011, teve a chance de ver um busto da imperatriz romana Julia Domna em um museu. Geralmente os bustos são expostos perto de paredes, com a parte de trás da cabeça inacessível. Este busto, porém, estava no centro da sala, e Janet pôde ver detalhes do penteado, um imenso coque, olhando a escultura por trás.
Um dos penteados que Janet Stephens recriou foi o de Cleópatra, retratada nesta moeda . Foto: Reprodução
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Ao voltar para casa ela tentou reproduzir o penteado com o material que tinha disponível, e não conseguiu. Depois de diversas tentativas, descobriu uma maneira que segurava os fios no lugar: linha de lã e agulha. E costurando por entre os fios de cabelo de manequins e modelos, Janet passou a se dedicar ao estudo arqueológico dos penteados.
Depois de seis anos de estudos, Janet publicou um artigo no Journal of Roman Archaeology, importante publicação sobre arqueologia romana. Com seus conhecimentos de cabeleireira, Janet descobriu, entre outras coisas, que a palavra em latim “acus”, que tradicionalmente é traduzida como “grampo”, na verdade também pode significar “linha e agulha”, o que explica porque os penteados intrincados que são vistos em pinturas e estátuas não podem ser reproduzidos com grampos.
Janet continua pesquisando a arqueologia dos penteados, e em seu canal no Youtube já reproduziu 19 looks de diferentes épocas e estilos. Além da imperatriz Julia Domna, outras figuras históricas como Cleópatra tiveram seus visuais estudados por Julia. Embora os penteados históricos não sejam muito usáveis na “vida real”, as técnicas são inspiradoras.

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