Palacete Silvério Nery tem reforma embargada em Manaus
Confesso que ainda me surpreendo com a forma como se lida com o patrimônio em Manaus. São muitas as instituições envolvidas no processo de revitalização, reforma, adequação de prédios e espaços considerados representativos do patrimônio urbano da cidade. Ainda preciso entender melhor como operam cada uma dessas instituições e qual o sentido que essa ideia de patrimônio, materializada na arquitetura, tem para elas. As intenções são muitas e não é possível desvendar apenas na análise dos discursos que são veiculados pela mídia, porque muito não é revelado. Este foi só um pensamento alto. Segue a matéria do G1 sobre a interdição do Palacete Silvério Nery, no Centro Histórico de Manaus.
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G1 AM
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Reforma de palacete centenário é
embargada no Centro de Manaus
Implurb interditou obra após constatar mudanças no projeto original.
Denúncia apontou demolição de pavimentos e da escada do local.
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O Instituto Municipal de Ordem Social e Planejamento Urbano (Implurb) embargou as obras do Palacete Silvério Nery, localizado na Avenida Joaquim Nabuco, no Centro de Manaus. A medida aconteceu na última segunda-feira (20) e, segundo o órgão, foi baseada em uma vistoria técnica que constatou alteração no projeto original de reforma, inclusive, com demolições internas não previstas. O prédio é um dos símbolos do período da borracha e foi construído em 1899.
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A denúncia chegou ao órgão no último domingo (19) e equipes da Defesa Civil e Secretaria Extraordinária de Requalificação do Centro (Semex) estiveram no local. No Palacete, estavam apenas pedreiros, que tiravam madeira da área interna, do teto e assoalho. Segundo o Implurb, entre os pontos irregulares constatados, estão a demolição interna da escada original, de todo o piso do primeiro e segundo pavimentos, do segmento da fachada e a derrubada de toda a alvenaria que estava sobre os pisos. O órgão ainda apontou a retirada de pisos, escada, vigas e pilares.
De acordo com o órgão municipal, o embargo foi feito pelo desacordo com a autorização de reforma, que previa, entre outros, reconstituição da fachada histórica com recomposição dos elementos estéticos, como esquadrias, cimalhas, frisos, molduras e demais ornatos na forma original (nada iniciado); implantação de lajes pré-moldadas; aplicação de revestimento cerâmico interno para o piso dos dois pavimentos na cor bege; aplicação de revestimento em ladrilho hidráulico antiderrapante para o piso externo; aplicação de mármore carrara para as paredes divisórias dos banheiros; pintura na cor branca das portas de madeira de lei.
A Defesa Civil alertou para a necessidade de a fachada receber um escoramento durante os trabalhos internos, a fim de reduzir qualquer possibilidade de risco e dano. Mas até a regularização da obra, a mesma deverá permanecer paralisada.
A certidão de reforma sem acréscimo foi cancelada pelo Implurb em razão da vistoria ter encontrado situação diferente do documento. No embargo, a fiscalização verificou obstrução de logradouro público com exposição de madeira, com pregos fixados, pelo portão principal da casa.
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