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Fachada da casa com as esculturas representando as estações |
Caminhar pelas ruas de um Centro Histórico é correr o risco de encantar o olhar com descobertas de detalhes que a pressa não nos deixa ver. Foi o que aconteceu em nossa Jornada Fotográfica, quando eu e mais dois amigos nos aventuramos a fotografar detalhes da arquitetura do Centro Histórico de Manaus. Saímos os três, da Praça da Saudade, eu, arte-educadora e pesquisadora; Fran Maciel, designer e pesquisadora; e Francisco Pereira, historiador e pesquisador. E todos os três professores.
Ao sairmos da Praça da Saudade e chegarmos na rua Ferreira Pena, antes da rua 10 de Julho, nos deparamos com a fachada desta casa. Eu ainda não tinha observado as três esculturas que a adornam. Começamos a fotografar e observar os detalhes. Os três janelões em forma de ogiva fazem parte dos elementos arquitetônicos orientais presentes no estilo eclético de Manaus. Neste momento não me prenderei a analisar os detalhes arquitetônicos do prédio, que merece uma leitura bem detalhada, mas tão somente comentar sobre as três esculturas da fachada.
São três figuras femininas em mármore e que sugeriam divindades pela posição, roupas e elementos que seguravam. Com mais atenção conseguimos ver que se tratava das estações, pois estavam com os nomes identificados logo na base de cada uma delas. A escultura do centro da fachada estava nomeada de VERÃO. E as outras duas? Identificamos que a escultura do lado esquerdo tinha o nome de INVERNO. Mas e a outra? Nossa surpresa foi descobrir que a outra escultura também estava nomeada de... INVERNO. Como assim? Um verão e dois invernos? O verão cercado pelo inverno? Mais inverno que verão? Só duas estações?
Ficamos tentando compreender o porquê dessa escolha de duas estações representadas por três esculturas. Uma das explicações a que chegamos foi que, não temos, na verdade, as quatro estações no Amazonas, só temos realmente duas: verão e inverno. Ou ainda, verão com chuva e verão sem chuva. Claro que essa é uma conclusão baseada no senso comum. É necessário uma investigação sobre esse prédio, sua história, suas funções, seus moradores... O que fica mesmo é o mistério dessa casa rosa que eu chamei de "Casa das Duas Estações", onde atualmente funciona a Diretoria dos Corpos Artísticos do Amazonas. Dá uma boa pesquisa!
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Visão frontal do prédio |
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Placa indicativa do funcionamento do espaço. |
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Parte do conjunto arquitetônico da rua Ferreira Pena. |
Evany, por várias vezes me deparei com esta casa indo para o meu apartamento...interessante a descoberta das duas estátuas, e creio, olha aqui a brincadeira...rsrs é que em Manaus, assim como em Belém, como você disse, só temos duas estações. Vai ver que quando compraram estava chovendo muito (e nós sabemos que quando chove, é muita água!)..nada mais justo que neste calorão amazônico, a homenagem é ao inverno...rs...coisa boa que refresca...que renasce a natureza...\0/ Também estou participando de uma caminhada pelo centro histórico de Belém...depois te conto os detalhes...muitas coisas para colocar no Paneiro! beijos!
ResponderExcluirQue bom que gostou da postagem, Nide! A cidade é realmente encantadora e cheia de surpresas. E vamos conversar sobre a sua caminhada por aí. Tenho certeza que vai descobrir muitas coisas interessantes porque seu olhar é sensível e apurado. Vou esperar suas fotos e comentários. O PANEIRO está aberto para nossas AMAZONIDADES! Até mais!
ExcluirSaudações.
ResponderExcluirJá passei pela frente deste prédio e observei essas estátuas...
Minha teoria: As estátuas estão representando as estações climáticas no ano. No começo do ano é tempo de chuva, no caso a primeira estátua do Inverno, em seguida vem o calorão , no caso a estátua do Verão, e antes de terminar o ano recomeça a estação de chuva , Inverno novamente.
Gostei de seu blog, ire prestigiar o lançamento de seu livro.
Até breve.
Boa teoria jmichael! Faz muito sentido para a nossa leitura regional. E obrigada por prestigiar o blog. O livro deverá ser lançado no começo de março! Até lá!
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