Biblioteca Pública do Amazonas reabre com novidades

Esta matéria do Portal Amazônia foi uma das mais completas produzidas até agora sobre a reabertura da Biblioteca Pública do Amazonas, o que justifica seu arquivo neste blog. Apenas um detalhe precisa ser corrigido: a Biblioteca foi reaberta na quinta-feira, dia 31 de janeiro e não dia 1º de fevereiro como está na matéria. Um dos principais aspectos interessantes da matéria foi o destaque dado ao Sr. Wilson, responsável pelo setor de periódicos da Biblioteca. Então, segue na íntegra texto e imagens.


Portal Amazônia, 5 de fevereiro de 2013.
http://www.portalamazonia.com.br/cultura/variedades/biblioteca-publica-do-amazonas-reabre-com-350-mil-novos-titulos-e-maior-acessibilidade/ 



05 de fevereiro de 2013 - atualizado as 16:26
Variedades
Amazonas

Biblioteca Pública do Amazonas reabre com 350 mil novos títulos e maior acessibilidade

Reaberta na última sexta-feira (1), entre as principais mudanças do prédio está a preocupação com deficientes.

 Yago Ferreira - jornalismo@portalamazonia.com
Após cinco anos fechado para reforma, o centro cultural foi reaberto na última sexta-feira (1). Foto: Yago Ferreira/Portal Amazônia
Após cinco anos fechado para reforma, o centro cultural foi reaberto na última sexta-feira (1). Foto: Yago Ferreira/Portal Amazônia
MANAUS – De portas abertas. É assim que a Biblioteca Pública do Amazonas encontra-se para o público local. Depois de cinco anos fechado para reforma, o centro cultural foi reaberto na última sexta-feira (1), com acervo ampliado de 65 mil livros para 375 mil volumes. A equipe doportalamazonia.com visitou o prédio centenário e constatou as principais novidades do edifício tão aguardado pela população amazonense.
Revitalizado, uma das características da Biblioteca é a acessibilidade para deficientes auditivos, físicos e visuais. A melhoria pode ser vista já do lado de fora da Biblioteca. Ao redor de todo o prédio, o local recebeu o piso tátil para indicar o caminho correto a deficientes visuais e cadeirantes. “O piso com linhas retas significa que o visitante deve continuar a seguir o trajeto indicado. As pequenas ‘bolas’ significam que à frente encontra-se um obstáculo ou um ‘ramal’”, explicou o diretor do departamento de bibliotecas do Amazonas, Sharles Costa.
O elevador, exclusivo para os cadeirantes, também é uma das inovações do prédio. Os deficientes físicos devem entrar pela rua Henrique Martins e dirigir-se até a caixa metálica, que dá acesso aos dois outros pisos da Biblioteca.
Ainda com foco na acessibilidade, em todas as salas e andares do edifício podem ser encontrados os Mapas Táteis. As placas contêm três tipos de linguagens: gráfica, braille e audiodescrição. Este último recurso é reproduzido por meio de uma caneta de áudio. Para ativá-las, o guia aproxima a ponta do instrumento ao local indicado por um adesivo de megafone com ondas sonoras. Automaticamente é emitida uma explicação do ambiente em que o visitante se encontra.
Os mapas táteis facilitam o uso da biblioteca para deficientes. Foto: Yago Ferreira/Portal Amazônia
Os mapas táteis facilitam o uso da biblioteca para deficientes. Foto: Yago Ferreira/Portal Amazônia
Outra história a ser conferida por meio da audiodescrição é o desenvolvimento da própria Biblioteca Pública. No primeiro andar, às escadarias de ferro do prédio, o visitante pode escutar e ler em braile, os momentos do espaço cultural desde a fundação, em 1870.
Entre as demais novidades, também é encontrado o folheador automático de livros, segundo Costa, o primeiro em uma biblioteca pública do País. “Ele é ideal para quem sofreu algum tipo de derrame cerebral e, apesar de não ter perdido os movimentos motores, tem dificuldades para manusear as páginas de um livro”, explicou.
Segundo Costa, o folheador automático de livros é o primeiro disponível em uma biblioteca pública do País. Foto: Yago Ferreira/Portal Amazônia
Segundo Costa, o folheador automático de livros é o primeiro disponível em uma biblioteca pública do País. Foto: Yago Ferreira/Portal Amazônia
Local de raridades
No primeiro piso, os visitantes podem encontrar a sala de periódicos. Para alguns, esta sala pode ser uma das mais importantes do prédio. Nela, podem ser analisados jornais até mesmo do século XIX. Guardados em pastas em clima ideal, eles são protegidos pelo arquivista Wilson Cruz Lira, 56. Wilson é o funcionário mais antigo da Biblioteca Pública. Trabalha no local há exatos 35 anos, e mantém um alto cuidado com o material armazenado.
Durante a reforma, Wilson foi realocado junto com a sessão de periódicos para o Palácio da Justiça. Agora, ele voltou para o espaço que diz ser “a segunda casa”. Segundo Wilson, os funcionários da biblioteca são como uma família. “Tinha muita saudade desse espaço. Estou com o pique renovado”, afirmou.
O arquivista Wilson Cruz Lira, 56,é o funcionário mais antigo da Biblioteca Pública. Foto: Yago Ferreira/Portal Amazônia
O arquivista Wilson Cruz Lira, 56,é o funcionário mais antigo da Biblioteca Pública. Foto: Yago Ferreira/Portal Amazônia
Atualmente, o  título mais antigo encontrado nas estantes da sala de periódicos data o ano de 1886. Mas segundo Wilson, o local já guardou exemplares ainda mais velhos. “Foi perdido muita coisa no incêndio de 1945. Esses jornais são a nossa história. O público que geralmente frequenta esta sala é de universitários. Eles sabem a importância dos documentos. Para os mais jovens, preciso orientar sobre o cuidado ao folhear os noticiários”, contou.
Para evitar novos incêndios, o prédio conta com um brigadista durante 24h. De acordo com o diretor do departamento, os funcionários da Biblioteca Pública realizaram também um curso de brigada de incêndio. O edifício conta com duas saídas de emergência: na rua Henrique Martins e pela entrada principal, na rua Barroso.
Refúgio dos Estudantes
Em pleno século XXI com todas as inovações tecnológicas como a internet, a Biblioteca Pública ainda chama a atenção de quem deseja um lugar para aprofundar os estudos. Além de sistema Wi-Fi liberado para todos os cadastrados, o prédio centenário conta com mais de 350 mil volumes literários. Entre as estantes dos andares do edifício são encontrados obras universais, regionais, periódicos e até gibis. A nova biblioteca também dispõe de mais de 30 computadores para os usuários.
Entre as estantes dos andares do edifício são encontrados obras universais, regionais, periódicos e até gibis. Foto: Yago Ferreira/Portal Amazônia
Entre as estantes dos andares do edifício são encontrados obras universais, regionais, periódicos e até gibis. Foto: Yago Ferreira/Portal Amazônia
“Fizemos uma composição para que ela não seja apenas um depósito de livros. Antes oferecíamos apenas um serviço de consulta e empréstimo de livros. Quem quisesse fazer uma busca virtual precisava disputar os únicos quatro computadores que tínhamos. Agora é muito mais que um prédio com livros raros. É um espaço cultural”, frisou Costa.
Após dois dias da reabertura, o público visita a biblioteca para conferir as novidades. Segundo o diretor do departamento, até a manhã desta segunda-feira (4), cerca de 500 pessoas visitaram a Biblioteca Pública. Um deles é o estudante Rodrigo Melo, 18. Ele foi aprovado no curso de enfermagem na Universidade Federal do Amazonas, apesar de almejar medicina. Sem perder tempo, o estudante aproveitou para conhecer o local. “Queria um espaço para estudar. Em casa temos muitas distrações. Aqui é organizado. Com certeza voltarei outras vezes”, adiantou.
Entre os 500 visitantes até a manhã desta segunda-feira (4), um deles é o estudante Rodrigo Melo. Foto: Yago Ferreira/Portal Amazônia
Entre os 500 visitantes até a manhã desta segunda-feira (4), um deles é o estudante Rodrigo Melo. Foto: Yago Ferreira/Portal Amazônia
Assim como Rodrigo, a estudante Stephany Mesquita, 18, ávida por medicina, escolheu a biblioteca para estudar. Entretanto, diferente do acadêmico de enfermagem, ela se dedica para o vestibular. Acompanhada da amiga, Gabriela Targino, 19, ela justifica a escolha: “É um ótimo lugar para quem quer estudar sério. Aqui tem uma grande diversidade de livros e nenhuma distração”, apontou.
A Biblioteca Pública do Amazonas está disponível das segundas às sextas-feiras, das 8h às 20h. Aos sábados, o horário de funcionamento é das 8h às 14h. Para usar os serviços é necessário realizar um cadastro gratuito na recepção do prédio. Com a carteira, o usuário têm acesso aos computadores, Wi-Fi, e dois livros emprestados, com prazo de devolução de sete dias.


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