De passagem por São Paulo - A estátua viva!


 Acredito que muita gente da minha geração brincou de estátua quando era criança. Era muito divertido prender a respiração e imaginar-se congelando o tempo ao congelar os movimentos. Essa brincadeira faz parte da profissão de vários artistas que atuam nas ruas. As chamadas ESTÁTUAS VIVAS são apresentações comuns em muitos lugares da Europa e há tempos também no Brasil. O centro antigo de São Paulo é palco para muitas delas.


Os artistas escolhem um personagem, geralmente produzem suas próprias roupas, fazem a maquiagem e se preparam bastante antes de entrar em cena por cinco ou oito horas seguidas (alguns podem ficar mais que isso). Em cima de um caixote ou um palco improvisado, seu pedestal, eles se mantém imóveis e em silêncio até que o som de moedinhas caindo na caixa devolvem-lhes a "vida".


Este "cowboy de bronze" ao ser despertado interagia com a pessoa que o despertava. Pegava alguma coisa dela e depois devolvia e entregava ainda um pedacinho de papel com uma mensagem. Muita gente parava para ver, para fotografar, alguns contribuíam e muitos se divertiam. Com certeza um momento especial no meio da cidade, no meio do dia. Enquanto ele interagia com outra pessoa eu fui lá deixar minha contribuição e saí de fininho sem chamar a atenção.


Mas eu não podia estragar a performance dele que só se completava com a interação com as pessoas. Ele foi insistente, desceu do caixote e veio dançar comigo.


Não satisfeito ao me dar o maior susto vindo atrás de mim, o "cowboy de bronze" voltou para o seu pedestal levando a minha sacola.


Então criei coragem e fui lá participar "direitinho" da performance dele, recebi minha sacola de volta e uma mensagem. Para quem queria passar como simples observadora invisível, eu devo estar por aí em muitas fotos de quem presenciou a cena. E com certeza na lembrança dos meus amigos Sidney Silva e Valdemir Oliveira que se divertiram muito com tudo isso.



A mensagem que eu recebi fechou muito bem a rápida viagem a São Paulo e a companhia mais que especial dos meus amigos:




"O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis."



Então... inté!


Todas as fotos: Sídney Silva.

Segue o link de uma reportagem da Folha sobre a vida destes artistas.
http://www1.folha.uol.com.br/saopaulo/973045-saiba-como-e-a-rotina-de-estatuas-vivas-e-musicos-de-rua-em-sp.shtml

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