2021 é 100 - Desafio Literário - JANEIRO: literatura indígena - Yaguarê Yamã

 
 

Livros de Yaguarê Yamã lidos em janeiro 2021

Há tempos que venho adquirindo livros de autores indígenas e acredito que até o momento, já conto com pouco mais de 70 títulos. Já li alguns mas agora, aproveitando o Desafio Literário, quero ler/reler todos de forma sistemática e com anotações. Para isso "abri" um caderno para anotar as impressões sobre as leituras. E é desse caderno que transcrevo a experiência leitora para vocês. Esse post é dedicado ao autor Yaguarê Yamã. Dos 31 livros lidos esse mês de janeiro, 14 foram de literatura indígena e 6 desse autor, que admiro muito!

Um curumim, uma canoa

Um curumim, uma canoa - Yaguarê Yamã

Um curumim, uma canoa
Zit Editora, 2012
Ilustradora: Simone Matias
36 páginas

Um texto curto, como dito num sopro, mas que materializado no livro, com as ilustrações que enchem os olhos e determinam um ritmo de leitura mais lento. Para saborear cada página e ir se encantando com a história. Tem o tom e o sabor mesmo das contações de história e a gente até imagina o encanto das crianças por esse curumim, sua canoa e sua viagem. Lendo em voz alta o encanto é maior.

Lembrei outros textos lidos como os do autor Tiago Hakiy. 

Ao final, informações sobre o autor e a ilustradora. 


A origem do beija-flor

A origem do beija-flor - Yaguarê Yamã

A origem do beija-flor
Editora Petrópolis, 2012
Ilustradora: Taísa Borges
36 páginas

Essa é uma daquelas histórias que falam dos encantados, dos deuses atendendo aos pedidos dos mortais, de vida, morte e transformação. Nunca mais vou olhar para um beija-flor da mesma forma de antes. É essa força e sentido poético que dá à vida outra dimensão, que precisamos aprender com os povos indígenas e a literatura é um caminho.

Ao final o livro traz muitas informações para estudo: vocabulário Maraguá, informações técnicas e históricas sobre a língua Maraguá e sobre a cultura do povo. Além de mini-biografia do autor e ilustradora.

A obra trata-se de uma edição bilingue português-maraguá e faz parte da coleção Peirópilis Mundo. A história também pode ser ouvida na língua original, narrada pelo autor, no site da editora. É encantadora!

Formigueiro de Myrakãwéra

Formigueiro de Myrakãwéra - Yaguarê Yamã

Formigueiro de Myrakãwéra
Editora Biruta, 2013
Ilustrador: Uziel Guaynê Oliveira
56 páginas

Uma sequência de três histórias em três tempos para falar de uma história de assombração.: os mortos-vivos. Uma das coisas sempre presente nas histórias indígenas é o protagonismo infantil, o senso de responsabilidade e pertencimento à cultura. São grandes lições sempre.

O livro tem alguns detalhes que o diferenciam de outras obras do mesmo grupo. Aqui traz um ilustrador indígena; uma apresentação encadeando a história; um texto final contando de onde veio a história. Também apresenta glossário e as informações sobre autor e ilustrador.


Contos da Floresta

Contos da floresta - Yaguarê Yamã

Contos da floresta
Editora Peirópolis, 2012
Ilustradora: Luana Giger
64 páginas

São seis histórias divididas em três mitos e três lendas do povo Maraguá. Algumas retratam as histórias de assombração. Mostra uma relação muito forte entre os índios e os seres da natureza ou os encantados. Uma relação que não pode ser quebrada. Que é alimentada no cotidiano e nas crenças que caracterizam o povo Maraguá.

Lembrei muito das narrativas de As mil e uma noites, que estou lendo.

O livro traz posfácio sobre o povo Maraguá e Sateré-Mawé, glossário, informações sobre autor e ilustradora e uma breve entrevista com o autor.


Morõgetá Witá

Morõgetá Witá - Yaguarê Yamã

Morõgetá Witá: oito contos mágicos
Editora Positivo, 2014
Ilustradora: Catarina Bessell
56 páginas

Acredito que aqui se concentram as melhores narrativas do autor (das que li até agora). São textos curtos mas tão ricos e fortes! A leitura desses textos nos enche de sensibilidade para nos enxergarmos como parte da natureza e ela, parte de nós. Os seres encantados e as divindades dão ao mundo um sentido maior e à natureza muito mais do que espaço de extração de matéria-prima. São vidas que se completam em simbiose.

Me lembrou muito as divindades e histórias de metamorfoses dos povos greco-romanos imortalizadas em esculturas e pinturas. E que nós tomamos como referência por desconhecer as divindades de outros povos.

O livro traz um Prefácio da antropóloga Betty Mindlin, um rico glossário e informações sobre o autor e a ilustradora.


Pequenas Guerreiras

Pequenas Guerreiras - Yaguarê Yamã

Pequenas Guerreiras
Editora FTD, 2013
Ilustradora: Taisa Borges
40 páginas

Uma história divertida retratando o imaginário sobre as ikamiabas, mulheres guerreiras, tomando como protagonistas as crianças, meninas. Dá outra noção sobre os aprendizados na infância. As ilustrações são exuberantes nas cores e formas.

Nesse livro o Glossário segue como nota de fim de páginas, tem informações sobre o autor e a ilustradora e ainda um 'Suplemento de Leitura' mostrando que o livro é indicado às escolas como paradidático.


Yaguarê Yamã *

Ozias Gloria de Oliveira Yaguarê Yamã nasceu em 1973, no interior do Amazonas. E filho do povo Maraguá por parte de mãe e do povo Sateré-Mawé, ou simplesmente Mawé, por parte de pai. Seu nome significa 'clãs de onças pequenas'.

É escritor, ilustrador, professor e artista plástico. 

Morou em São Paulo por seis anos, onde lecionou em escolas públicas e deu palestras de temática indígena e ambiental. Foi nesse período que iniciou a sua produção literária, incentivado por Daniel Munduruku. Em 2003 se formou em Geografia pela Universidade de Santo Amaro (UNISA).

De volta ao Amazonas, em 2004, passou a atuar como importante liderança indígena, especialmente nas lutas pela demarcação das terras tradicionais do povo Maraguá, no rio Abacaxis. Faz parte do Núcleo de Escritores e Artistas Indígenas (Nearin) e do Instituto Indígena Brasileiro para Propriedade Intelectual (Inbrapi).

É autor de mais de 20 livros, cuja maioria é de temática infantil e juvenil. Entre os prêmios que recebeu por sua obras, estão O White Ravens, da Biblioteca de Munique, na Alemanha, e o selo Altamente recomendável, da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil - FNLIJ.

Como ilustrador e artista plástico, se especializou em grafismos indígenas. Já realizou diversas exposições e participou da obra Etnias - do primeiro e sempre Brasil, da escultora Maria Bonomi, no Memorial da América Latina/SP. Além disso também já ilustrou alguns de seus livros e o livro Coisas de Índio, de Daniel Munduruku.

* Texto compilado das informações contidas nos livros aqui citados.

Para maiores informações sobre sua vida e obra, consulte o site.

*****

Acompanhe também a postagem sobre o escritor indígena Tiago Hakiy.

E as outras postagens do Desafio Literário no mês de janeiro:

2021 é 100 - Desafio Literário - JANEIRO

2021 é 100 - Desafio Literário - JANEIRO: livros da TAG Curadoria 

2021 É 100 - Desafio Literário - JANEIRO: livros teóricos

2021 é 100 - Desafio Literário - JANEIRO: literatura infantojuvenil

Comentários