2021 é 100 - Desafio Literário - JANEIRO: literatura indígena - Tiago Hakiy
Livros de Tiago Hakiy lidos em janeiro 2021 |
Dos livros de literatura indígena que venho adquirindo, as obras de Tiago Hakiy estão entre as que eu mais gosto de ler. Talvez por ter sido o primeiro autor que conheci e por ainda manter contato, tendo-o encontrado em lançamentos e outros eventos literários. Hakiy tem uma escrita muito poética. Ainda não possuo todos os livros dele, mas aos poucos estou reunindo. E dos 31 livros lidos no meu Desafio Literário esse mês de janeiro, 14 foram de literatura indígena e 8 deles, do Tiago Hakiy.
Segue então as experiências leitoras dos livros lidos. Aproveito para apresentar as classificações dos livros que são importantes para percebermos onde está sendo situada a narrativa de autoria indígena pelos critérios das editoras. Também aproveito para uma apreciação quanto ao perfil do leitor, a partir das categorias de leitor da pesquisadora Nelly Novaes Coelho. Contudo, esse perfil diz respeito à uma necessidade didática de classificação, mais voltada para ilustrar o uso do método aos meus alunos. Porque enquanto conhecimento de outras culturas, a literatura indígena destina-se a todos os leitores interessados.
Tupany
Tupany, um menino mawé - Tiago Hakiy |
Tupany, um menino Mawé
Editora Positivo, 2014
Ilustrador: Fê
24 páginas
Texto bem curto que fala da relação harmoniosa do menino com a natureza e o interesse pelas histórias dos seus antepassados. As ilustrações digitais completam a ideia de um livro leve, de brincadeiras. Ao final, um texto sobre o povo Mawé e sua cultura. E informações sobre o autor e o ilustrador. O livro é bilingue, em português e na língua mawé, uma grande oportunidade para conhecer o vocabulário rico das línguas indígenas.
Está classificado como 1. Literatura indígena. E considerando as categorias de leitor de Nelly Novaes Coelho, de acordo com as ilustrações, poderia ser indicado ao Pré-leitor e pelo texto, que traz uma frase em cada página, ao Leitor Iniciante. Algumas palavras-chave são marcadas ao longo do texto, o que pode sugerir atividades didáticas para a sala de aula.
Curumim
Curumim - Tiago Hakiy |
Curumim
Editora Positivo, 2014
Ilustradora: Andréia Vieira
24 páginas
Mais um texto curto, dessa vez um poema em que o autor conta as atividades cotidianas do menino, mais relacionadas às brincadeiras em contato com a natureza. As ilustrações completam a dimensão lúdica da obra. Ao final, tem informações sobre o povo Sateré-Mawé, um glossário com as palavras que são grifadas ao longo do texto, e mais informações sobre o autor e a ilustradora.
Está classificado como 1. Literatura infantil. 2. Cultura indígena. E de acordo com as categorias de leitor, segue as observações do livro anterior, pode ser destinado ao Pré-leitor e ao Leitor Iniciante.
Guaynê derrota a cobra grande
Guaynê derrota a cobra grande - Tiago Hakiy |
Gauynê derrota a cobra grande: uma história indígena
Editora Autêntica, 2019
Ilustrador: Maurício Negro
32 páginas
Uma história de amor e coragem que foi premiada em um concurso nacional de textos indígenas. Elementos fantásticos permeiam a história, que foi ilustrada de forma grandiosa por Maurício Negro. Ao final um pequeno glossário e informações sobre o autor e o ilustrador.
Está classificado como 1. Contos indígenas brasileiros - Literatura infantojuvenil. Pode ser destinado ao Leitor em Processo, por conter mais texto em cada página.
Noçoquém
Noçoquém: a floresta encantada - Tiago Hakiy |
Noçoquém: a floresta encantada
Editora Edebê, 2019
Ilustrador: Laerte Silvino
48 páginas
Eu já havia lido esse livro logo após ter comprado no lançamento. É uma história de amor, castigo e arrependimento. E de muita beleza vinda da relação homem e natureza que gera os seres encantados. Lembrei muito da minha infância e o quintal de minha avó repleto de plantas, as quais ela sabia as propriedades curativas.
As ilustrações são colossais e valeriam pôsters e painéis. Ao final tem glossário, informações sobre o povo Sateré-Mawé e sobre o autor e ilustrador.
Está classificado como 1. Literatura infantojuvenil. Pode ser indicado ao Leitor em Processo, pois já contém bastante texto.
O canto do uirapuru
O canto do uirapuru - Tiago Hakiy |
O canto do uirapuru, uma história de amor verdadeiro
Editora Formato, 2015
Ilustradora: Taisa Borges
32 páginas
Uma versão um pouco diferente das outras narrativas sobre o Uirapuru, o pássaro de canto solene, aqui acrescentando a origem do rio Andirá. Muito bom para perceber como diferentes culturas narram as mesmas histórias. O livro intercala páginas com ilustrações e texto e páginas duplas, ora de ilustrações, ora de textos. Tem glossário e informações sobre o autor e a ilustradora.
Classificado como 1. Literatura infantojuvenil. 2. Índios - Brasil. Pode destinar-se ao Leitor em Processo, pois também traz um texto mais longo.
A pescaria do curumim
A pescaria do curumim e outros poemas indígenas
Editora Panda Books, 2015
Ilustradora: Taisa Borges
36 páginas
O livro traz um conjunto de 12 poemas que falam sobre o cotidiano na floresta, a relação com a natureza, os seres encantados e os avós como contadores de histórias. As ilustrações inspiram estamparia. Ao final tem glossário e informações sobre o autor e a ilustradora.
Classificado como 1. Poesia infantojuvenil brasileira. Pode destinar-se ao Leitor em Processo.
A origem dos bichos
A origem dos bichos - Tiago Hakiy |
A origem dos bichos
Editora Panda Books, 2020
Ilustradora: Catarina Bessell
32 páginas
Uma história de amor, traição e ciúme que dá origem aos animais. Me surpreendeu por ser a primeira narrativa nessa temática que encontro na literatura indígena. O livro também traz informações sobre o povo Sateré-Mawé, o autor e a ilustradora.
Classificado como 1. Ficção infantojuvenil brasileira. Pode destinar-se ao Leitor em Processo.
Awyató-Pot
Awyató-Pót - Tiago Hakiy |
Awyató-Pót: histórias indígenas para crianças
Editora Paulinas, 2011
Ilustrador: Maurício Negro
32 páginas
Esse foi o primeiro livro de literatura indígena que li. E o adquiri com autógrafo do autor logo após o lançamento. Continua sendo umas das melhores histórias contadas por Tiago Hakiy. A narrativa fantástica que mistura aventura, amor, morte e transformação e os encantados, é uma viagem maravilhosa por um universo mágico e desconhecido.
As ilustrações do Maurício Negro são obras de arte! Ao final do livro aparece o glossário e as informações sobre autor e ilustrador vêm na contra-capa.
Classificado como 1. Contos indígenas brasileiros. 2. Literatura infantojuvenil. Pode destinar-se ao Leitor em Processo.
Tiago Hakiy
Tiago Hakiy em Manaus, em março de 2020 - autografando meus livros |
"Tiago Hakiy é poeta, escritor, bibliotecário e contador de histórias tradicionais indígenas. Nasceu no município de Barreirinha (AM), no coração da Floresta Amazônica, à margem do maravilhoso rio Andirá, e viaja por diversas regiões do Brasil, participando de eventos literários para divulgar a cultura e a literatura indígenas.
É graduado em Biblioteconomia pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e participa de projetos relacionados à cultura indígena junto ao Instituto UKA. Vencedor do concurso Tamoios (2012), organizado pela Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ), é também autor de outros 12 livros que versam da poesia à tradição dos povos indígenas."
* Texto extraído do livro A origem dos bichos.
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Acompanhe também a postagem sobre o escritor indígena Yaguarê Yamã.
E as outras postagens do Desafio Literário no mês de janeiro:
2021 é 100 - Desafio Literário - JANEIRO
2021 é 100 - Desafio Literário - JANEIRO: livros da TAG Curadoria
2021 É 100 - Desafio Literário - JANEIRO: livros teóricos
2021 é 100 - Desafio Literário - JANEIRO: literatura infantojuvenil
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