Pinóquio às avessas. Texto de Rubem Alves.
Ilustrações de Maurício de Souza. 1ª edição. Campinas/SP: Verus, 2010. 47 pág.
R$ 30,00
Ainda sobre o impacto do livro, vou tecer alguns
comentários apenas a título de registro. Pois as ideias que me brotaram de
fazer tanta coisa, não consigo dar conta nesse momento.
A
aquisição. Comprei esse livro dia 9 de abril e li na manhã do
dia 10. Uma leitura de meia hora que me tocou profundamente, como sempre o
fazem os livros do Rubem Alves. É tanto pensamento e emoção que brota. Sempre choro.
Reflito sobre minha vida, minha formação, minha prática pedagógica.
A
história. Pinóquio é uma das minhas histórias preferidas. E estou
reunindo ideias para escrever um texto há muito tempo. Ainda não é o momento de
escrevê-lo. Agora cabe apenas externar algumas das coisas que a leitura me fez
pensar e sentir.
A
desconstrução da história. Isso é fabuloso. Pensar questões
formativas e históricas sobre as histórias de nossa infância pode ser um
processo reflexivo bem interessante. A responsabilidade que se deposita na
escola e o tipo de escola que ficou imortalizada na história e que ainda
repetimos hoje é o ponto central dessa desconstrução.
O
modelo de escola e de ensino cartesiano. A escola como
formadora para o mercado de trabalho. A escola depositora de verdades que não
podem ser questionadas. De tempos que não podem ser quebrados. A escola com
regras que precisam ser obedecidas. A escola, a universidade, instituições que
nos formam. Nos colocam no formato que devemos ter. São as inquietações que o livro vai nos apresentando.
Minha
formação também passou por esse modelo de escola e
universidade. Mesmo fazendo um curso de artes, muitos conhecimentos precisei
aprender e não encontrei “utilidade” depois. Contudo, o curso de Licenciatura
em Educação Artística da minha época, tentava fazer um diálogo intra e transdisciplinar.
E na minha cabeça e na minha prática pedagógica isso deu certo.
Minha
prática pedagógica. Ainda entro em conflito muitas vezes
com processos cartesianos e processos sistêmicos. Tento a todo momento
equilibrar o que as instituições e os programas pedem, com o que aprendi de
outro jeito, com o que minha emoção aponta como significativo, com o que os olhos
brilhantes e sorrisos dos alunos me dizem que é importante. Não é fácil!
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"Eles não eram "capazes de desenhar as coisas tais como elas eram".
Eles desenhavam como viam e sentiam o mundo". |
Compartilhamentos.
Estou pensando em ler esta história para meus alunos do 1º período, meus alunos
do 5º período e os alunos do mestrado.
Sobre a história do livro, recomendo a leitura
para todas as idades e profissões. E eu também fiz doutorado e por vezes
esqueço o nome do pássaro azul. Mas quando lembro faço uma festa sem tamanho.
Hoje foi uma festa feliz!
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"Lembre sempre do seu pássaro azul". |
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