Educação e Espaço Público

Um jeito diferente de pensar e fazer a educação. Preparando alunos para o Ensino Superior com um currículo que privilegia o aprendizado na rua.

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Projeto quer conectar educação e espaço público

Aula em movimento pretende reconhecer ambiente urbano como meio de construção do conhecimento e aprendizado coletivo
Ocupar museus, parques e ruas. Quem disse que a construção do conhecimento precisa estar restrita aos muros da escola? Com a proposta de se apropriar de diferentes espaços públicos, o projeto Aula em Movimento, da Rede Emancipa, quer levar alunos pré-universitários para aprender com a cidade e discutir assuntos como história, geografia e cultura.
Com 11 unidades espalhadas por escolas públicas de São Paulo, desde 2007 a Rede Emancipa oferece aulas gratuitas para estudantes que estão se preparando para ingressar na universidade. “O cursinho sempre teve essa preocupação de levar os alunos para fora da sala de aula”, afirma Lívia Clarete, mobilizadora de projetos da Rede Emancipa. Diferente de outros métodos de preparação pré-vestibular, a instituição diz trabalhar os conteúdos de maneira mais significativas, incentivando diferentes discussões.
Crédito: Paulo Ito / FlickrAula em Movimento
O projeto de propor aulas pela cidade surgiu da necessidade de mostrar para os estudantes que eles podem ter autonomia para aprender em diferentes espaços. A atividade reúne alunos e professores de todas as unidades, além colegas, parentes e qualquer interessado em se juntar ao grupo. “Isso faz sentido porque você sai da decoreba e faz com que o estudante se perceba dentro de uma rede de conhecimento”, defende Lívia.
A primeira aula em movimento foi realizada em novembro do ano passado. O roteiro iniciou com uma volta pelo centro histórico de São Paulo. Em frente ao Theatro Municipal, o grupo aproveitou o cenário para discutiu sobre a Semana de Arte Moderna. Logo ao lado, entre o vai e vem de pessoas, o Viaduto do Chá se transformou em palco para uma aula aberta de geografia, onde foram estendidos mapas chão para falar sobre urbanização e migração. E nada melhor do que falar sobre as primeiras escolas jesuítas no Pátio do Colégio. A atividade foi encerrada no Grajaú, zona sul de São Paulo, onde os alunos fizeram uma comparação da organização da cidade no modelo centro-periferia.
Divulgação / Rede EmancipaAula em Movimento interna
“Com a aula em movimento, os assuntos saíram da sala de aula, invadiram as ruas, tomaram o centro e foram parar na ocupação do Grajaú”, conta a professora Renata Vieira, coordenadora da unidade Salvador Allende, na Escola Municipal de Ensino Fundamental e Médio Derville Alegretti, em Santana, bairro da zona norte da capital paulista. De acordo com ela, dessa forma é muito mais fácil tornar os assuntos significativos e assimilar a teoria.
Seguindo o mesmo modelo, em fevereiro a Rede Emancipa também realizou a sua aula inaugural no vão livre do Masp, onde recebeu os novos alunos com debates sobre acesso à cidade e acesso à universidade. Além disso, aproveitou o espaço do famoso museu para apresentações culturais e artísticas.
A próxima aula pública promovida por eles deve acontecer em maio, no Memorial da Resistência, espaço no centro da cidade que abrigava o antigo Departamento Estadual de Ordem Política e Social de São Paulo (Deops). Para viabilizar esse projeto e pagar os recursos gastos na última atividade, que incluem subsídios para transporte, alimentação e locação de materiais, a Rede está com uma campanha em financiamento coletivo no Catarse. O projeto tem até 20 de abril para arrecadar R$ 3.500. Os apoiadores podem contribuir com valores a partir de R$ 50. Como contrapartida, o autores do projeto prometem convite para um evento para discutir a educação popular na perspectiva de Paulo Freire.

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