Contação de história: O flautista de Hamelin



O flautista de Hamelin é uma história antiga creditada à compilação de histórias dos Irmãos Grimm. Conheço uma versão em poesia de autoria de Robert Browning, com adaptação de Helena Pinto Vieira. Este poema faz parte do volume 1 - Poemas e Rimas da coleção O Mundo da Criança. Uma coleção antiga da Editora Delta. É esta a versão que gosto de usar nas minhas contações de história. Em outro momento faço a postagem desse poema. Agora transcrevo uma versão curtinha da história que encontrei no blog: http://lendassupersticoes.blogspot.com.br/2008/01/o-flautista-de-hamelin.html


O Flautista de Hamelin

Hamelin era uma cidade muito parecida com as outras. A vida era simples e tranquila, em família. Havia prosperidade e fraternidade entre os seus cidadãos até ao dia em que a população se apercebe, que a meia dúzia de ratos que havia nessa região passara a ser uma praga. Os ratos multiplicavam-se cada vez mais e percorriam as ruas, infestando casas e celeiros, devorando tudo o que encontravam para comer. As pessoas andavam muito aflitas. Nada fazia parar aqueles ratos, mesmo que usassem pedras e varapaus. Certo dia, apareceu às portas da cidade um homem alto, magro, de barbicha pontiaguda e olhos oblíquos. Vestia roupa de muitas cores e não trazia outra bagagem além de uma flauta enfiada no cinturão. Ninguém o conhecia, mas em breve adoravam-no, pois este homem tocava flauta como nunca ninguém ouvira. A população julgava tratar-se de magia devido àquele som hipnotizante. O homem sorria e continuava a tocar até que acreditassem em tudo o que lhes dissesse.
Certa altura, afirma o homem:
- Cheguei para vos libertar dos ratos. Posso levá-los comigo para onde eu quiser.
De repente, ouvesse a voz do alcaide:
- Se fores capaz de fazer o que dizes, dar-te-ei uma bolsa recheada de moedas de oiro.
- Muito bem - respondeu ele. - Aceito.
De novo levou a flauta à boca e pôs-se a soprar muito baixinho, com sons diferentes dos que tivera tocado.
Imediatamente vinham de todos os celeiros, das sacas, dos barris os ratos infestantes.
Ambos seguiam a música do flautista e por se terem visto livre dos ratos a população fez uma grande festa.
No dia seguinte, quando o flautista apareceu na cidade para receber a recompensa, o alcaide tão ingrato como o povo, só lhe deu uma única moeda de oiro. Pálido de raiva, dirigiu-se até à porta da cidade e tocou uma melodia em que as notas eram todas iguais. As pessoas pensaram que ele tinha perdido o jeito, mas logo mudaram de ideias, quando todas as crianças da cidade, começaram a correr atrás dele descontraídas como os ratos. De nada, valeu os chamamentos e as rogas, pois estas nunca mais voltaram. E a cidade ficou triste, muito triste mergulhada em silêncio.
Lenda característica da ALEMANHA


Este texto curtinho é bem interessante para contar para crianças, tem como explorar a entonação de voz em vários momentos como na descrição do flautista e explorar sons de flauta nas partes em que fala do som da flauta. Pode-se levar uma flauta para a sala ou sons gravados de flauta. Em vários momentos em que contei essa história eu sempre terminava com a paródia da história. Uma forma de cantar toda a história. Então, segue abaixo a letra. Caso o contador de história saiba tocar um pouco de flauta, pode cantar as estrofes e tocar o refrão para que as crianças cantem as notas musicais. É uma boa atividade de musicalização.


O FLAUTISTA
Paródia da canção folclórica O Pastorzinho - Evany Nascimento

Havia um flautista que andava a passear
Saiu de sua casa pôs-se a tocar

Dó ré mi fá, fá, fá
Dó ré dó ré, ré ré
Dó sol fá mi, mi, mi
Dó ré mi fá, fá fá

Chegando à cidade o rei então pediu
Pegue esses ratos e jogue-os no rio

O flautista levou todos os ratos para o rio
Livrou toda a cidade e o povo então sorriu

Mas sua recompensa o rei não quis pagar
Zombou do bom flautista e nem quis lhe ajudar

Saindo da cidade o flautista tocou
Uma canção tão linda que as crianças encantou


Também encontrei no youtube o desenho da Disney.
http://www.youtube.com/watch?v=c7xyls0nlsw

E a versão em português:
http://www.youtube.com/watch?v=YHW41NtgFUE

As musiquinhas são bem animadas, dá pra usar com as crianças na hora da contação de história. Então teremos três formas de contar a história: 1) narrando, com os sons da flauta; 2) narrando e cantando os trechos das músicas do desenho; 3) narrando a história e cantando a paródia no final. Ou então misturando tudo isso. Também dá pra fazer uma brincadeira com as imagens do  desenho, colocando sem som. Assim as crianças podem ir contando a história a partir das imagens do desenho.

Uma atividade final pode ser o desenho da história; pode-se modelar a cidade que foi invadida por ratos, usando massa de modelar; pode-se construir essa cidade com material reciclado... Enfim, muita coisa pode render com crianças.

Para adolescentes, do Ensino Médio por exemplo, dá pra fazer leitura de imagem mais reflexiva, centralizando no papel do músico ou do artista, e o valor que a sociedade atribui ao seu trabalho. Lembrando também a história da cigarra e a formiga. Com estudantes universitários eu trabalharia a ideia de versão. Temos aí uma história em palavras, a versão dessa história em desenho, em música e outra versão da história em paródia. A partir desse estudo pode-se criar outras versões. São várias linguagens artísticas que contam a mesma história.


E entrou por uma porta
E saiu pela fechadura
Quem ouviu a minha história
Que me dê uma “raspadura”.


Inté...




Comentários

  1. Muito interessante a história ,embora claro que é uma lenda mas gira :)

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