Rua Nova Esperança
Vou falar da minha rua
Contar as histórias que ouvi
As coisas que observei
E ainda o que aprendi
Não é a rua da minha infância
Não é a rua onde eu cresci
Vim para cá já adulta
Mas é a rua que habita em mim
Chamava Nova Esperança
E esse nome eu guardei
Pois foi num tempo de mudança
Que para cá eu migrei
Foi minha irmã que encontrou
Esse cantinho de morar
E com os antigos moradores
Vim então negociar
Desembarquei de mala e cuia
Num caminhão de mudança
Gostei de chegar nessa rua
A Rua Nova Esperança
É uma rua sem saída
Esse é o charme que tem nela
É longa e volta por outra
Que no final acaba nela
É quase fora do bairro
Dizem que seria conjunto
Mas não fecharam a entrada
E segue todo mundo junto
Quando a gente desce a rua
Uma mata ao fim avista
É a mata da UFAM
Que tem a rua a perder de vista
É uma visão que acalma
Nos fins de tardes que chegam
Uma visão bem poética
De pertença e aconchego
Na esquina tem quitanda
Verdura, fruta, açaí
E a simpatia da família
Que conhece quem é daqui
Na outra esquina, a padaria
Com café e x-caboquinho
Uma delícia de manhã
E servido com todo carinho
Tem vizinho no karaokê
E outro aprendendo bateria
Os que tocam violão
Fazem festa todo dia
Tenho vizinha idosa
Que acena da janela
Cabelinhos bem branquinhos
Aceno ao passar por ela
Tem crianças que sempre correm
Atiçando os cachorros
Gritam e fazem algazarra
Param e voltam de novo
Os casais de namorados
Ainda passam de mãos dadas
São jovens e vão à igreja
Numa passagem comportada
A Igreja fica na rua
Ao final do lado esquerdo
Ouço os cantos e hinos
Mas da laje só ouço, não vejo
Mais à frente há uma casa
Que sempre alugam pra festas
Fica até de madrugada
Som ao vivo, uma seresta
Há casas de todo tipo
De madeira e alvenaria
Com grade e sem grades de ferro
Pintadas em tom de alegria
Há muitos gatos na rua
Uma vizinha é quem adota
Fazem bagunça em tudo
E ainda batem na minha porta
E os cachorros que ela cria
São oito vira-latas ao total
Latem sempre noite e dia
Uma matilha infernal
Pedintes ainda passam
Batendo palmas na frente
Chamando atenção das pessoas
Para doações e presentes
Fim de tarde tem revoada
De passarinhos e araras
Nem parece que é cidade
Uma experiência tão rara!
Todo dia o carro do lixo
Desce e sobe ligeiro
Os coletores animados
Trabalham aqui o ano inteiro
Mas dizem que no final da rua
Tem gente vendendo droga
A polícia vai lá sempre
Eu não sei, nem quero prova
De manhã passa o carro
Todo dia vendendo peixe
À tarde também tem sempre
O tradicional carro do sorvete
E um carro que não tem hora
Mas também não deixa furo
É o carro da sucata
Todo dia, isso é seguro
Minha rua tem um louco
Dizem que a droga o deixou assim
Quando bebe muito grita alto
Mas nunca fez mal a mim
Tem costureira e manicure
Eletricista e pedreiro
Motorista e mecânico
Aposentado e faxineiro
Aos domingos também passa
Com seu triângulo quase à toa
O vendedor de cascalho
Traz algodão doce e também broa
E assim é minha rua
Na zona leste da cidade
Um canto bom de morar
Pra gente de toda idade
* Evany Nascimento *
Contar as histórias que ouvi
As coisas que observei
E ainda o que aprendi
Não é a rua da minha infância
Não é a rua onde eu cresci
Vim para cá já adulta
Mas é a rua que habita em mim
Chamava Nova Esperança
E esse nome eu guardei
Pois foi num tempo de mudança
Que para cá eu migrei
Foi minha irmã que encontrou
Esse cantinho de morar
E com os antigos moradores
Vim então negociar
Desembarquei de mala e cuia
Num caminhão de mudança
Gostei de chegar nessa rua
A Rua Nova Esperança
É uma rua sem saída
Esse é o charme que tem nela
É longa e volta por outra
Que no final acaba nela
É quase fora do bairro
Dizem que seria conjunto
Mas não fecharam a entrada
E segue todo mundo junto
Quando a gente desce a rua
Uma mata ao fim avista
É a mata da UFAM
Que tem a rua a perder de vista
É uma visão que acalma
Nos fins de tardes que chegam
Uma visão bem poética
De pertença e aconchego
Na esquina tem quitanda
Verdura, fruta, açaí
E a simpatia da família
Que conhece quem é daqui
Na outra esquina, a padaria
Com café e x-caboquinho
Uma delícia de manhã
E servido com todo carinho
Tem vizinho no karaokê
E outro aprendendo bateria
Os que tocam violão
Fazem festa todo dia
Tenho vizinha idosa
Que acena da janela
Cabelinhos bem branquinhos
Aceno ao passar por ela
Tem crianças que sempre correm
Atiçando os cachorros
Gritam e fazem algazarra
Param e voltam de novo
Os casais de namorados
Ainda passam de mãos dadas
São jovens e vão à igreja
Numa passagem comportada
A Igreja fica na rua
Ao final do lado esquerdo
Ouço os cantos e hinos
Mas da laje só ouço, não vejo
Mais à frente há uma casa
Que sempre alugam pra festas
Fica até de madrugada
Som ao vivo, uma seresta
Há casas de todo tipo
De madeira e alvenaria
Com grade e sem grades de ferro
Pintadas em tom de alegria
Há muitos gatos na rua
Uma vizinha é quem adota
Fazem bagunça em tudo
E ainda batem na minha porta
E os cachorros que ela cria
São oito vira-latas ao total
Latem sempre noite e dia
Uma matilha infernal
Pedintes ainda passam
Batendo palmas na frente
Chamando atenção das pessoas
Para doações e presentes
Fim de tarde tem revoada
De passarinhos e araras
Nem parece que é cidade
Uma experiência tão rara!
Todo dia o carro do lixo
Desce e sobe ligeiro
Os coletores animados
Trabalham aqui o ano inteiro
Mas dizem que no final da rua
Tem gente vendendo droga
A polícia vai lá sempre
Eu não sei, nem quero prova
De manhã passa o carro
Todo dia vendendo peixe
À tarde também tem sempre
O tradicional carro do sorvete
E um carro que não tem hora
Mas também não deixa furo
É o carro da sucata
Todo dia, isso é seguro
Minha rua tem um louco
Dizem que a droga o deixou assim
Quando bebe muito grita alto
Mas nunca fez mal a mim
Tem costureira e manicure
Eletricista e pedreiro
Motorista e mecânico
Aposentado e faxineiro
Aos domingos também passa
Com seu triângulo quase à toa
O vendedor de cascalho
Traz algodão doce e também broa
E assim é minha rua
Na zona leste da cidade
Um canto bom de morar
Pra gente de toda idade
* Evany Nascimento *
Comentários
Postar um comentário